Justificativa
do estudo
Ao longo dos últimos dois ou três anos
tem-se agudizado desconfortos em vários nossos Grupos e Comunidades,
provocados por membros novos e também pelos antigos na Ocds, por assumirem
atitudes em defesa de temas ou posicionamentos não conformes com as orientações
do Magistério da Igreja no âmbito social. Mais até, chegando a não aceitar
abertamente ações de colegiado episcopal - a CNBB - constituído pelo Papa para
encaminhar a pastoral evangelizadora em nosso Brasil.
Tais atitudes são disseminadas por
pessoas de diversas orientações, de fora da Igreja e até de dentro, posicionamentos
encontrados nas redes sociais. Não bastante isso, – observa-se – que tais
posicionamentos repercutem e não raro encontram uma certa guarida dentro dos
Grupos e Comunidades, quer por ignorância dos assuntos, por curiosidade ou por
inércia em esclarecê-los, quer porque, para evitar de expandir-se o mal-estar,
acaba-se acolhendo-o, e acontecem discussões indesejáveis ou até rupturas
irreparáveis ao tecido comunitário por si só já tão frágil e sem consistência.
Em todo o caso, tais ideias e atitudes trazem insegurança para os mais fracos,
e sua difusão, sem dúvida, distorcem a visão e a prática dos objetivos da
existência dos Grupos e Comunidades conforme estão propostos pela própria Ordem
do Carmelo Descalço Secular, e estabelecidos em suas Constituições. Ao fim e ao
cabo, distorcem a Palavra de Deus e afetam a fé católica.
Além disso, nessas ocasiões se
percebe as fragilidades do nosso processo formativo, desde os primeiros
contatos com pessoas interessadas, quando lhes expomos a identidade da
Ordem Secular, seguido do período de aproximação, e até pelo que percebem de
incoerência na prática cristã nos antigos membros, de inconformidade com as
Constituições, que dizemos aceitar e querer viver.
DO
QUE SE TRATA, AFINAL?
Desta não-corformidade se tratará aqui em busca de uma
renovação, pois todos somos responsáveis de servir de
alicerce para os que virão depois, no dizer da Santa Madre Teresa de Jesus. Em
particular, se trata de católicos em geral e membros da Ordem Secular que
estranham ou até rejeitam a dimensão social da evangelização como doutrina da
Igreja. Para esses a vida espiritual se resume a uma relação espiritual - da
chamada “vida interior” - de forma e conteúdo religioso, pela oração, meditação
pessoal, leitura de assuntos religiosos, por exemplo. Para esses, até aí a
Igreja caminha bem, mas não se imiscua no âmbito social, econômico, muito menos
no campo político.
O querido Frei Patrício Sciadini
ocd, no seu precioso livro “O mundo é o meu Carmelo”1, - já a partir do título e do próprio
índice de matérias - em sua nova edição (2018), resume de várias maneiras a
identidade do carmelita descalço leigo. Igualmente preciosa é a
Apresentação escrita na mesma edição pelo nosso Delegado Geral para o Carmelo
Secular, Frei Alzinir Francisco Debastiani ocd.
Logo de início, o Frei Patrício deixa
claro:
“O Carmelo Descalço Secular não é
uma piedosa associação que se reúne somente para rezar ou ler os escritos dos
místicos do Carmelo. Nos encontros de meditação e oração, traça um projeto de
compromisso de vida, na vivência do Evangelho. O carmelita, seja qual for a sua
pertença à Ordem: frade, monja, leigos, não tem medo da conflitividade da vida,
nem vive desinteressado dos problemas que afligem os mais pobres.”
Continua o Frei Patrício:
“Sem oração, silêncio e “deserto”,
não teremos profetas corajosos, mas todo profeta sabe que, depois de estar no
deserto, é chamado a descer do monte2
e estar presente na cidade, nas ocupações ordinárias da vida: na política,
economia, trabalho, na família e na estrada para dar testemunho de Jesus.” E
cita a Exortação do Papa Francisco3
“Gaudéte et Exsultáte” 144,148-149 (op.cit. p.13-14).
Essa aparente antinomia entre a “fé
e vida” – veremos ser falsa
– como trata frei Patrício no capítulo intitulado “O Carmelo é ser ou fazer”. É
falsa “e tem provocado tantos desentendimentos ao longo da história e tantas
crises de identidade, não tem razão de existir nem na Igreja nem no Carmelo.
Todo ser autêntico leva a agir, e todo agir que seja iluminado pela força de
Deus leva à oração... No dizer da Santa Madre Teresa não há dicotomia entre “Marta
e Maria” (Lc 10,38-42), mas sim um profunda unidade.”
E o citado livrinho, entre as
características do carmelita descalço secular –
depois de tratar da busca de Deus, e viver no seguimento de Jesus
Cristo, meditando “dia e noite” a Palavra de Deus – logo explicita:
“Escuta a voz do Espírito que lhe
pergunta como a Elias na gruta: ‘Que fazes tu aqui, Elias?’ – Ele sabe que é
necessário voltar para ‘Damasco’,
sinônimo de compromisso com a cidade onde deverá dar o seu testemunho de vida
nos novos areópagos da descrença (item 8).” Também, noutra característica
semelhante (item 5), acrescenta: “Cada comunidade dos carmelitas descalços
seculares deve procurar realizar um trabalho socio-religioso ao serviço dos
mais pobres e necessitados. A opção preferencial pelos pobres, feita pela
Igreja e pela Ordem, deve ser assumida pelo mesmo Carmelo Secular.”
São tais posicionamentos que trazem o
desconforto que acima referimos. Trazem também desencontros, resistências e,
por vezes, discussões dentro de reuniões dos Grupos e Comunidades, Congressos,
Cursos.
Precisamos entrar no assunto,
aprofundá-lo para compreendê-lo e buscar caminhos de solução. Ele assume formas
diversas e leva a atitudes pessoais e eclesiais por vezes bem distantes do
Evangelho, no seio dos cristãos em geral. Também acontece na Ordem Secular. Em
outros escritos já indiquei várias ocorrências nesta linha. O próprio Conselho
Provincial já teve que tomar atitudes corretivas aqui e ali. O 5º Módulo da
Escola “Edith Stein”, sobre a Doutrina Social da Igreja, foi criado em 2019
para acudir às lacunas sentidas. Parece não ter tido um resultado
compensatório.
Recentemente, no XV Congresso N/Ne da
Ordem Secular (11-14 junho 2020), realizado virtualmente por causa da pandemia
de Covid-19 – após a palestra do Frei Patrício, foi oferecida a oportunidade
aos participantes de formularem perguntas. Logo a 1ª questão apresentada já revelava
o “incômodo” que aqui a referida dicotomia provoca:
Participante: “Frei Patrício, como o Sr.
vê o Carmelo diante dessas Pastorais Sociais? Nossa proposta de vida de oração,
como fica?”
Frei Patrício: “Ah! É o meu sonho! Isto
é a evangelização no mundo de hoje.”
Minha observação: A pergunta revela o
rechaço da ação social por católicos, como imprópria à sua vida eclesial. Não
deve ter agradado a resposta dada pelo Frei Patrício, muito menos sua
continuação:
Frei Patrício: “Não são duas pastorais.
Irmãs não brigam o dia todo. Além do que, nossa Santa Madre nos pede ‘obras
quer o Senhor!’ (5Moradas 3,9-11; C.P. 15,6). Ainda “Se há amor, logo aparecem
obras” (Carta 37: 2,7).”
Continua o Frei Patrício: “É preciso ter
consciência da realidade de hoje. Isto já é compromisso político do cristão;
não quer dizer político partidário. O Papa João Paulo II nos urge a trabalhar
pela cultura da vida. Em resumo, Pastorais Sociais e oração não são inimigas.
Para Santa Teresa, Marta e Maria, do Evangelho, andam juntas.”
Vamos, pois aprofundar estes assuntos
para melhor chegarmos juntos a ter clareza da nossa identidade como cristãos
carmelitas teresianos seculares, sem confusão nem ambiguidades. Para isto,
consideraremos os seguintes pontos, a saber:
1º
Ponto – A dicotomia entre “fé e vida” – raízes e consequências.
2º
Ponto – Nossa identidade como cristãos.
3º
Ponto – Em Santa Teresa, a unidade de vida.
4º
Ponto – O Carmelo com a Igreja nos quer leigos presentes à história e à vida –
para
implantar o Reino de Deus.
5º
Ponto – Voltando à questão da dicotomia “fé e vida” – o que indicam os
principais
textos normativos do Carmelo
Secular?
6º
Ponto – Os desafios e cuidados da formação na Ordem Secular.
7º
Ponto – Em busca de conclusão.
1º
PONTO – A DICOTOMIA ENTRE “FÉ E VIDA” – RAÍZES E CONSEQUÊNCIAS
Na realidade concreta, a verdadeira
contemplação é inseparável da vida e do dinamismo da vida – que inclui,
família, trabalho, produção econômica, lazer, política, enfim tudo. É errado
imaginar que para se levar a vida espiritual seja preciso abster-se de toda
espécie de ação que não seja religiosa.
Não se deve pensar que a vida de
oração como uma área separada da vida, isolada de todos os demais interesses e
necessidades do homem. Além disso, quem pensa assim entra num campo ilusório
pois a contemplação é a própria plenitude de uma vida cristã inteiramente
integrada. O problema como se coloca, faz o ser humano dividido como que em
compartimentos separados entre o “sagrado” e o “profano” – o que é uma divisão
simplista. É uma infeliz ruptura, inaceitável.
Essa dicotomia “fé e vida” tem raízes
filosóficas históricas, dentro e fora da Igreja. Em certos momentos assume ares
de ideologia a marcar comportamentos pessoais e sociais, inclusive; chega a
estruturar sociedades políticas, com separação de classes e rígida hierarquia,
pela distribuição de tarefas entre aqueles que “pensam, organizam ideias e
mandam” e os que devem “trabalhar com as próprias mãos” e devem obedecer aos
primeiros. Dentro da Igreja, ao longo dos séculos deixou suas marcas. Por
exemplo, a Ordem Franciscana fundada por São Francisco no século XIII,
chamou-se – e guarda até hoje o nome – de Ordem dos Frades (irmãos) Menores. Menores
por que? Porque não tinham propriedades, nem títulos de valor social. Porque
não tinham direitos na sociedade, como os pobres operários da época. Os
senhores feudais eram chamados “os maiores” e não trabalhavam; e os
comerciantes, manufatureiros, remediados, ficavam pelo meio da pirâmide social,
os “medíocres”. Outro exemplo, até o século V houve bispos negros na
África, como Sto. Agostinho de Hipona, São Cirilo de Alexandria. Depois não
mais até o Papa Bento XV (por volta de 1917), que resolveu ordenar um. Nem
vamos aqui trazer a questão dos argumentos que “justificaram” a bula papal
autorizando a escravidão de negros africanos durante a colonização do Novo
Mundo. Passamos por tais aberrações anti-evangélicas; que não sejam
justificadas, mas procuradas correções à luz do Evangelho de Cristo.
Voltemos às raízes da dicotomia.
A
citada influência da língua e cultura grega nos primeiros quatro séculos da
Igreja nos deixaram seus ranços e visões. Influenciaram uma compreensão distorcida1
de espiritualidade, com desprezo de tudo o que se referisse à vida material, ao
corpo, diferentemente da compreensão bíblica, pois segundo esta tradição, a
“vida segundo o espírito”, “vida espiritual”, não se contrapõe à “vida
material”, “vida corporal”, distinção essa estabelecida pelo dualismo
corpo-alma da cultura grega. Segundo a Bíblia, que tem, portanto, a sua origem
na cultura hebraica, a vida espiritual é a vida do ser humano todo inteiro.
É pena
que, já nos primeiros séculos, o Cristianismo em seu diálogo com a cultura do
tempo se tenha deixado contaminar por certa maneira de pensar que estava bem distante
da Bíblia.
A
partir disto, então, veio o resto de distorções para dentro da nossa vida
eclesial.
Um pano de fundo para se analisar o assunto trata da unidade do ser humano
(corpo, espírito – alma, mente), integralmente homem e mulher.
Esta
unidade do ser humano, trazida pela reflexão aristotélica, assentará as bases
do axioma aristotélico-tomista segundo o qual – na sua formulação latina – ‘nihil est in intellectu quod prius non
fuerit in sensibus’ – nada existe no ‘espírito’ do homem que não tenha
passado pelos sentidos de alguma forma. Depois disso, sim, o homem é capaz de
associar, deduzir, concluir, chegar a algo mais na sua compreensão da realidade,
sendo ela própria a base segura do processo de seu desenvolvimento.
Dentro
desse contexto greco-cristão, o padre
carmelita tcheco Vojtech Kodet4, O.Carm, desenvolve sua pesquisa sobre a interpretação errônea formulada
por um autor cristão do século III, Orígenes
(185-253dC), seguido de outros, sobre o texto evangélico que narra o encontro
de Jesus com Marta e Maria na sua casa em Betânia (Lucas 10,38-42). Assim, teve
início um processo interpretativo com distorções graves pelas consequências
sócio-eclesiais e pastorais que marcaram
a Igreja por séculos e ainda estão fortemente presentes, apesar das
correções assumidas no século passado pelo Concílio, pelo Papa João Paulo II e
pelo Papa Bento XVI. Tais interpretações explicarão as dificuldades
referentes à sua vida de oração, assinaladas mais acima, sentidas por cristãos
leigos no cotidiano de suas vidas de trabalho, de sociedade. Convém se realizar
uma leitura do texto evangélico para facilitar a compreensão do que se vai
indicar a seguir, sobre as consequências dessas interpretações errôneas na
elaboração de verdadeiras ideologias, distanciadas ou desprovidas de todo de
base evangélica, por seu conjunto.
Portanto,
a partir do aspecto ideológico elaborou-se um antagonismo entre as duas irmãs da
cena evangélica em Betânia.
Uma
série de deduções errôneas foram
tiradas, como:
a) a superioridade de Maria sobre Marta,
e então, de cristãos mais dignos que outros.
b) a superioridade do trabalho
intelectual, espiritual, sobre o trabalho braçal, servil.
c) a estruturação de dois diferentes modos
de vida de cristãos: o monacal (monges nos mosteiros) e o laical (demais
cristãos que vivem no mundo, por vezes, inclusive, o clero secular). E pior: os primeiros, vistos como
cristãos mais perfeitos, verdadeiros e santos. Suposta superioridade da “vida
contemplativa” sobre a “vida ativa”.
d) ainda criando-se como que duas classes
de cristãos - quer dizer, compreendidos como ascetas e não-ascetas (monges ‘versus’
leigos) seriam diferentes em natureza: os monges viviam uma vida sobrenatural
porque a eles não se admitia o matrimônio, a geração de filhos, a posse de bens
e riquezas.
e) daí não demorou muito para o matrimônio
não ser concebido como uma circunstância para se viver uma experiência do
amor de Deus através do amor humano, nem como espaço para colaboração com
Deus. Passou apenas a ser como que tolerado, ambiguamente, porque permitido a
atender a necessidade de procriação.
f) no rastro disso, se gerou além da oposição
‘espírito x corpo’ chega-se a pensar a matéria e tudo que for do mundo
material como inferior e marcado pela negatividade, conduzindo ao
pecado, como sendo contra Deus.
g) a desvalorização do corpo humano:
sob várias formas, como, as ‘mortificações’ de todos os prazeres e das
necessidades corporais... até o exaltar o abandono das relações
(espirituais) familiares, frequentemente; a exaltar a renúncia à própria
vontade e chegou-se até a exigir a renúncia da instrução de leigos,
considerada sabedoria mundana; (e por que não, também a catequética e espiritual,
quando o acesso às fontes da revelação esteve por séculos restrito a poucos,
senão vedado de todo, pela barreira do latim ou do gênero?). O celibato e a
virgindade foram considerados como o ideal maior da vida cristã, identificação
essa distante do evangelho.
h) daí, a necessidade de desprender-se de
todo o material, de negar o corpo “como atitude de amor a Deus”, “mortificar-se”
para se viver as “coisas do espírito”, assim ditas; isto influencia até
nossos dias o conceito da “prática da penitência”... restrita a atos externos
sem correspondência com uma mudança da mente e das atitudes.
i) foi se desenvolvendo uma espiritualidade
intensamente repressora do corpo, dos prazeres corporais e materiais, uma
desvalorização do trabalho humano, o desprezo das realidades do mundo,
considerando-se, por vezes, até a família como um obstáculo e, pior
ainda, particularmente a sexualidade humana; a incentivar a deixar-se a família
para servir a Deus.
j) também não escapou a compreensão do
sentido do trabalho humano, visto como “penitência”, quando não até como um
castigo imposto por Deus e não como ocasião de participação na obra da Criação
do Senhor, nem como instrumento de transformação do mundo e da sociedade
conforme o plano divino, ou como meio importante e até necessário para o ser
humano se autorrealizar enquanto coparticipante do Projeto do Universo.
k) no rastro dessa interpretação equivocada
da referida cena evangélica de “Marta e Maria”, desenvolveu-se também, sobretudo
a partir do IV século a mentalidade de “fuga do mundo” (latim, ‘fuga
mundi’), apresentado como uma virtude
- traindo certa medida de desprezo
do mundo (latim, ‘contémptus mundi’)
- que, em geral, desestimulou
cristãos de assumirem suas responsabilidades para com o mundo. Por outro lado,
esse desprezo fez com que se desse as costas ao encontro com Deus no cotidiano
da vida comum, fora de uma atividade expressamente ‘religiosa’, o sagrado
restrito apenas aos ritos religiosos, o resto da vida seria ‘profano’, ausente
de Deus. Não se via que Jesus “veio ao mundo (para salvá-lo), não fugiu do
mundo; apenas dos movimentos e barulhos dele retirava-se de vez em quando para
orar em solidão (cf. Lc 5,16). Muito pelo contrário, Jesus queria que seus
discípulos ficassem no meio do mundo (Jo 17,11.14.-15) no lugar onde foram
chamados à fé (1Cor 7,20).
Na “fuga mundi” se estimularia o
abandono do serviço comunitário e se enfatizaria o individualismo no
‘processo salvífico’.
l) além da oposição ‘espírito versus
corpo’ chega-se a pensar a matéria e tudo que for do mundo material como
inferior e marcado pela negatividade, conduzindo ao pecado, como sendo
contra Deus.
A
consequência inevitável de tal compreensão entre “aqueles que escolhiam a
melhor parte” era de que eram superiores aos outros. E aos demais
leigos sobrava um complexo de inferioridade, porque vivendo no mundo eram
considerados cristãos de segunda categoria.
Isto,
ainda mais constrangia as pessoas e marcavam suas consciências porque esteve
estruturado em costumes, leis eclesiásticas e civis, num período cultural
europeu conhecido como regime de “Cristandade”.
Através da Idade Média e toda a Escolástica
até a teologia dos Conselhos Evangélicos para os ‘eleitos’ e o privilégio
absoluto atribuído ao celibato e à virgindade, tudo isso esteve e de certa
forma persiste assim até meados do século XX, e ainda hoje. Não raro escutamos
padres e até alguns bispos trazerem tais comentários sobretudo em sermões de
consagração de religiosos(as).
O
cristão que vivia no mundo
(chamado de leigo em contraposição ao clérigo), foi considerado como um débil
pois havia escolhido a mediocridade, a sujeição à carne, ou, quando muito,
contentando-se em viver na modernidade “com o coração dividido”.
(Continua...)
Referências Bibliográficas (ordenadas
conforme sequência no texto)
* Título:
Constituições Ocds, III-A
1.
PATRÍCIO
SCIADINI, Frei, ocd. “O Mundo é meu Carmelo”. Edç.OCDS, 2ª Ed., SP, 2018.
2. BASÍLIO MAGNO, São, (330-379). Natural da
Capadócia. Doutor da Igreja do Oriente, monge e bispo. “Regras Monásticas”.
Edt. Vozes, Petrópolis, RJ, 1973. Uma de suas características é o serviço do
próximo em obras de caridade fora do mosteiro.
3.
FRANCISCO, Papa. “A Chamada à Santidade
no Mundo Atual” (“Gaudéte et Exsultáte”. Exortação Apostólica publicada
na Festa de São José, em 19 de março de 2013. Edç.Paulinas, SP, 2013.
4. VOJTECH KODET,
Frei, O.Carm. -
Distorções essas pesquisadas pelo padre
carmelita tcheco, doutor em espiritualidade pela Universidade “Theresianum” de
Roma. Escreveu uma preciosa obra sobre isto que estamos tratando aqui,
referente a vida espiritual dos leigos na Igreja. O livro intitula-se “Marta e
Maria” e tem como subtítulo “Uma leitura um pouco diferente da ação e da
contemplação”, Edt. Vozes, Petrópolis, RJ,
2010.
5. Mensagem do Papa Francisco ao Card. Rylko,
Prsidente do Pontifício Conselho para os Leigos, por ocasião do cinquentenário
do Decreto Conciliar “Apostolicam Actuositatem”, Roma, 22-10-2015.
6.
FRANCISCO, Papa. “Alegria do Evangelho: sobre o anúncio do
Evangelho no mundo atual”. (“Evangélii Gáudium”). Exortação Apostólica
publicada na Festa de Cristo Rei, em 24 novembro de 2013, 1º ano do
pontificado). Edç. Paulinas, SP, 2013.
7.
MADELEINE DELBREL, leiga
(24.10.2004-13.10.1964). “Nós, Gente das Ruas”, “A Conversão do Coração”,
“Alcide: Guia Simples para Simples Cristãos”, “Cidade Marxista (Paris), Terra
de Missão”, “Comunidade Segundo o Evangelho”.
8. PUEBLA – Conclusões da III Conferência
Episcopal da América Latina: “Evangelização no Presente e no Futuro da América
Latina”. Edç.Paulinas, SP, 1979.
9.
PAULO VI, Papa. “A Evangelização no
Mundo Contemporâneo”: (“Evangelii Nuntiandi”). Exortação pós-sinodal, do Sínodo
de 1974, em 8 de dezembro de 1975. Edç. Loyola, SP, 1976 (2ª ed., com
introdução e notas do Pe. João Batista Libânio, SJ).
10.
JOÃO PAULO II, Papa. Carta Apostólica “No
Início do Novo Milênio” (6-1-2000): (“Novo Millennio Ineunte”). Edç. Loyola,
SP, 2001.
11. Noutro texto já analisei sumariamente as
etapas da preparação dos programas anuais de formação, como foram
desenvolvidos, dificuldades encontradas e seus resultados. Refletindo, então,
sobre tais circunstâncias passei a adotar – como formador da comunidade e como
conselheiro provincial - algumas atitudes no desenvolvimento do programa
formativo, como ali expliquei.
12.
CAMILO MACCISE, Frei, ocd. “Deus
Presente na História – Espiritualidade bíblica”. Edç.Paulinas, SP, 1986.
13. Pierre Teilhard de Chardin, Pe., SJ,
(1881-1955). “O Meio Divino”. Edt. Vozes, Petrópolis, RJ, 2010.
14.
Coleção CERIS. “Desafios do Catolicismo
na Cidade – Pesquisa em regiões metropolitanas brasileiras”. Edt. Paulus. SP,
2002.
15. Cadernos
de Fé e Cultura Especial. “Dilemas e Desafios da Pastoral Urbana”. PUC-RIO,
Centro Loyola de Fé e Cultura. Nº1, ago.2002.
Obras consultadas
16.
ALZINIR F. DEBASTIANI, Frei, ocd. “A
Promessa e os Votos na OCDS”. Edição Ocds, Roma, 2019.
17.
CARLOS MESTERS, Frei, OCarm. “Ao Redor
da Fonte – Círculos de oração e de meditação em torno da Regra do Carmo”.
Edição particular. RJ, s/data.
18.
MERTON, Thomas, Pe., O.C.S.O.
(Trapista), (1915-1968). “Poesia e Contemplação” (seu último livro publicado em
vida). Edt. AGIR, Rio, 1972.
19.
SEGUNDO GALILEA, Pe. As Raízes da
Espiritualidade Latino-Americana. Edç. Paulinas, SP, 1984.
20.
VALLE, Isac Isaías, Pe. Caminhos da Nova
Evangelização: estratégias de ação para o terceiro milênio cristão. Edç.
Loyola, SP, 1996.
21. BASÍLIO
MAGNO, Doutor da Igreja oriental, (330-379). “As Regras Monásticas”. Edt.
Vozes, Petrópolis, RJ, 1983.
Siglas
mais usadas (em ordem alfabética)
AA
– “Apostólicam Actuositátem” – documento do Concílio Vaticano II
CNBB
– Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CELAM
– Conferência Episcopal Latino-Americana
C.P.
– Caminho de Perfeição – Livro escrito por Santa Teresa d’Ávila
ChfL
– “Christifidéles Láici” – Exortação Apostólica de João Paulo II, 1988
CIC
– Catecismo da Igreja Católica
Dt
– (Livro do Deuteronômio, AT)
Doc.Ap
– Documento de Aparecida – Conclusões da V Conferência do CELAM, 2007
DGAE
– Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (da Igreja no Brasil)
EG
– “Evangélii Gáudium” – Exortação Apostólica do Papa Francisco, 2013
EN
– “Evangélii Nuntiándi” - Exortação Apostólica do Papa Paulo VI, 1975
Ex
– (Livro do Êxodo, AT)
Fl
– (Carta de São Paulo aos Filipenses, NT)
GetE
– “Gaudéte et Exsultáte” - Exortação Apostólica do Papa Francisco, 2018
Gl
– (Carta de SãoPaulo aos Gálatas, NT)
GS
– “Gáudium et Spés” – Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II
Jr
– (livro do Profeta Jeremias)
LG
– “Lúmen Géntium” - Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II
Lv
– (Livro do Levítico, AT)
N/Ne
– Norte/Nordeste
NMI
– “Novo Millénnio ineúnte” – Exortação Apostólica do Papa João Paulo II,
6-1-2001
OCarm
– Ordem do Carmo
OCD
– Ordem do Carmelo Descalço
OCDS
– Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares
P.
– Puebla – Conferência do CELAM realizada na cidade de Puebla de los Andes,
México
RC
– Regra do Carmelo
SC
– “Sacrosánctum Concílium” - Constituição do Concílio Vaticano II
SCa
– “Sacraméntum Caritátis” – Exortação Apostólica do Papa Bento XVI,
fevereiro 2007
SJ
– Congregação religiosa “Sociedade de Jesus” – Jesuítas
Tb
– (Livro de Tobias, AT)